TRISTEZA (3)
Impulso criativo
Alguns artistas e intelectuaisviveram o auge da produçãonos momentos de melancolia
O que seria da música se seus compositores não tivessem passado por terríveis dores-de-cotovelo? Provavelmente, não existiriam os mais belos sambas, valsas, tangos, chorinhos e afins que tanto fazem bem aos nossos ouvidos. E essa constatação vale também para outras formas de expressão artística.O compositor alemão Ludwig van Beethoven redigiu a maior parte de suas sinfonias, incluindo a “Nona”, em momentos de profunda tristeza – acredita-se que o sentimento era alimentado pela sua precoce surdez e por três amores impossíveis. Outro clássico alemão, Franz Schubert, um melancólico de carteirinha, compôs em1822 a maravilhosa “Oitava Sinfonia”, obra tão angustiada que ficou inacabada.
Na literatura, o poeta português Fernando Pessoa escreveu a maioria de seus textos quando se sentia ensimesmado – prova disso é que assumia diversas personalidades literárias.
Um estudo da Harvard Medical School, de Boston, publicado em 2003, examinou a criatividade de 17 pacientes com depressão e concluiu que eles tiveram um melhor desempenho criativo do que pessoas sem histórico de doenças psíquicas. Isso indica que até mesmo a tristeza que se torna patológica pode ter lá sua serventia.
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